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A ASTROLOGIA E A NOVA FÍSICA:
PERGUNTAS & RESPOSTAS

Ph.D. William Keepin

Respostas às Perguntas do Auditório (As perguntas ficaram inaudíveis no tape de gravação). Permitam-me apenas dizer que a "Teoria do Caos", em primeiro lugar, em verdade não lida com o caos, mas com a ordem. Portanto, de certa maneira, é um nome errôneo, e surgiu a partir de alguns processos que pareciam ser caóticos, mas que quando foram estudados de modo mais profundo revelaram-se como possuidores de ordem.

Este é um exemplo do que eu estive dizendo antes sobre ordens ocultas que estão presentes naquilo que aparentemente se mostra como caótico ou casual. A "Teoria do Caos" é um campo geral das matemáticas e da dinâmica não-linear, e a "Geometria Fractal" é um subconjunto dela. O "Mendelbrot Set" é apenas um dos exemplos. E é um dos mais simples e básicos exemplos desta geometria fractária.

Existe uma espécie de hegemonia ontológica em ciência. Existe essa obsessão incrível de admitir que os planetas sejam nada mais que rochas mortas gigantescas, descritas por suas massas, composição química, periodicidades orbitais, etc. E sabem que o curioso a esse respeito é que esta ontologia desprovida de vida é tragicamente abjeta em comparação à astrologia. Para mim, quero apenas dizer que, como físico, a astrologia abriu de tal forma e tão profundamente minha compreensão da realidade e do cosmos enriquecendo-a, que foi muito além do que quaisquer palavras que possivelmente pudessem descrever isso. Ela essencialmente coloca carne, ossos e vida sobre esse esqueleto seco de equações e mecânica.

A questão é: poderia eu dizer algo sobre a relação entre o que estou dizendo e o conceito junguiano de sincronicidade? Eu realmente não havia pensado nisso. Mas sincronicidade é essencialmente um outro nome, de certo modo, para as correlações entre o que acontece no reino do significado e o que acontece no reino espaço-temporal dos eventos. De certo modo, seria um tipo de correlação entre o que acontece aqui na ordem implícita e o que se torna manifesto. Pode possuir aquela qualidade de intervenção divina, ou mágica. Mas novamente, como eu já afirmei antes, não é mágica realmente. É, em verdade, a arquitetura da existência.

Como já afirmei, esta metáfora é bastante limitada. Uma das coisas que eu sinto que necessita ser incluída é a de que existe um feedback do reino do manifesto em relação ao processo criativo, de tal modo que os dois estão num processo de co-evolução, por assim dizer. Há uma espécie de causalidade mútua, interdependente, que se processa de tal modo que não significa que o processo apenas faça sua parte independentemente do que se está manifestando. Os dois estão em algum tipo de co-criação. E é em virtude disto que sinto que existe alguma esperança para salvar a Terra. Porque aqueles de nós - todos os que estamos aqui nesta sala e outros - que estiverem trabalhando a nível de ordem implícita, pode potencialmente afetar o âmago do processo que dá origem à nossa realidade manifestada.

A questão que ela levantou é que a descrição do "Mendelbrot Set" lhe fez lembrar o modo como a homeopatia funciona, e ela queria dizer-me algo sobre a natureza da física e da cura. Eu concordo, basicamente, e eu mesmo me trabalhei extensivamente com a respiração holotrópica desenvolvida por Stanislav Grof, e que é um tipo de homeopatia psíquica, por assim dizer. Uma das coisas que me foram ditas por ele, após trinta anos trabalhando no âmbito da consciência, foi que sua convicção mais íntima é a de que "cada um de nós é tudo". Com isso ele quis significar que, interiorizando-nos, poderemos encontrar dentro de nós mesmos todas as formas manifestas de consciência que existem, o que vem a ser um tipo de versão psíquica de tudo o que estivemos falando a respeito aqui. Sinto que isto nos oferece grande esperança, pois da mesma forma que a folha contém a árvore, então, em termos de cura, se uma folha é capaz de curar a si mesma, isto vai ter um impacto curativo sobre toda a árvore.Portanto, caso isso faça algum sentido, é disso que derivo minha esperança de cura para a cultura e para nosso relacionamento com a Terra.

Reproduzido com a permissão da revista "Mountain Astrologer". Tradução de Yeda Lopes Guarisi.