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UM PEQUENO PASSO PARA O HOMEM...
UM GRANDE SALTO PARA A HUMANIDADE

Há 30 anos Neil Armstrong dava o primeiro passo na Lua, na maior aventura do Homem

"A Águia pousou !" (Neil Armstrong, 20/07/69, 17h18)
Às 23h56 (hora no RJ) do dia 20 de julho de 1969 começava, a mais de 300 mil quilômetros de distância da Terra, a maior aventura da Humanidade. Num espetáculo assistido pela TV por um bilhão e 200 milhões de pessoas no mundo inteiro, os astronautas americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisavam pela primeira vez na Lua, derrubando com um gesto histórico a barreira do impossível e dando início a uma nova era - a era interplanetária.

Durante duas horas, 31 minutos e 40 segundos, os dois astronautas percorreram a superfície lunar. Não viram água, que na época era considerada fundamental para a construção de uma estação auto-suficiente na Lua, mas recolheram 21,7 quilos de pedras e de amostras de solo e instalaram um refletor de laser para medições da distância entre a Lua e a Terra. Antes de partir, deixaram no satélite uma bandeira e uma placa com os dizeres: "Aqui homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua em Julho de 1969 d.C.". A placa tinha a assinatura dos astronautas e do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.

A jornada para a Lua teve início às 10h32 no Centro Espacial Kennedy, em 16 de julho de 1969, de onde a nave espacial "Apolo 11" decolou para aterrissar na Lua quatro dias depois. Quando a nave pousou na superfície lunar, às 20h18 do dia 20, os dois astronautas checaram alguns comandos que possibilitariam uma decolagem de emergência em caso de perigo. Abriram mão de uma refeição e do descanso previstos no cronograma e deixaram o módulo lunar. Após descer a escada do Módulo Lunar Eagle (Águia), Armstrong olhou em volta e disse extasiado: "Este é um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a Humanidade".

1969 foi um ano marcante por vários motivos. Era o auge da revolução da juventude, o mundo parecia girar mais rapidamente com a revolução sexual, o movimento hippie, a Guerra do Vietnã, a escalada da Guerra Fria e os movimentos estudantis na Europa. A chegada do homem na Lua abriu as portas para a conquista do espaço, deu asas à imaginação do Homem e formou uma nova geração, a "geração Apollo", cujos representantes passaram a infância brincando com réplicas da Gemini e assistiam com avidez às séries "Jornada nas Estrelas" e "Perdidos no Espaço". Na estante da "geração Apollo", o livro da moda passou a ser "Eram os Deuses Astronautas?"; nas telas, o filme era "2001, Uma Odisséia no Espaço".

A conquista da Lua, precedida de muitas missões sem tripulantes, acelerou uma intensa disputa entre os EUA e a antiga União Soviética. Nos três anos seguintes, os americanos realizaram cinco expedições à Lua, levando outros 12 astronautas a pisar em terreno lunar. Os soviéticos, que três dias antes do lançamento da "Apollo 11" de Armstrong e Aldrin lançaram a nave "Luna-15" que seguiu a americana até perder-se no espaço, continuaram com as missões não-tripuladas.

O MAPA DA ALUNISSAGEM

O grande sinal do pouso da Águia e do primeiro passo de Neil Armstrong na Lua, é, sem dúvida, a conjunção Júpiter-Urano (0º de Libra), um aspecto freqüentemente presente nos grandes e pequenos "saltos" do Homem. O Sol e Mercúrio em Câncer, em trígono a Netuno, dão idéia do potencial de sonho e fantasia que este acontecimento despertou em todo mundo, e Marte em Sagitário nos remete à aventura pioneira e destemida dos três astronautas.
São estas as posições planetárias de um dos momentos mais especiais da história da Humanidade.

O LEGADO DA "GERAÇÃO APOLLO"

Otávio Azevedo

Em julho de 1969 eu tinha completado 17 anos e me lembro bem daquele dia em que Neil Armstrong e Buzz Aldrin pisaram pela primeira vez no solo da Lua. O mundo inteiro acompanhava pela TV e era interessante notar que havia quem não acreditasse no que estava vendo; para alguns, isso jamais aconteceu, mas estes decididamente não eram da "Geração Apollo".

Eu estava lá. Hipnotizado, acompanhei os passos de Armstrong, senti como ele a baixa gravidade da Lua, alegrei-me com ele e me vi viajando além dele. Armstrong e Aldrin despertaram em mim e em muitos jovens daquela época o senso de que vôos mais amplos deveriam ser tentados: ficamos todos contagiados pelo "Grande Salto". Todos estávamos no "Mundo da Lua", do salto sem gravidade.

Não é por acaso que em todo o mundo a Astrologia tenha tido uma grande "explosão" no seio desta geração. Nós fomos tocados pela imensidão do Cosmo, e nos sentimos ao lado de Armstrong, como se estivéssemos lá. Nós viajamos de carona na Apollo 11 e nos acostumamos a olhar o infinito e vê-lo refletido aqui embaixo.

Decididamente, eu sou da geração astronauta. Sim, em nossa geração, todos fomos astronautas... Nós viajamos no espaço e - principalmente - no tempo! Nós, da Geração Apollo, tivemos a primazia de dar o Grande Salto, o salto quântico da Humanidade no limiar da transição de eras.

Como componente desta geração, vivi de perto as grandes transformações do Homem, nestas décadas finais do segundo milênio. Eu vi os Beatles e os Rolling Stones, chorei quando Neil Armstrong pisou na Lua, duvidei quando tive nas mãos a primeira calculadora eletrônica, pois não acreditava que aquilo conseguiria somar... Eu vi surgir o progresso alucinante, o toca-fitas, a TV a cores, uma inesgotável parafernália eletrônica e - pasmem! - a Era da Informática. Furei os primeiros cartões e aprendi a programar em Fortran, entrei nas grandes salas onde se encontravam os primeiros computadores, tão imensos que mais pareciam um edifício. E eu vi estes monstros informáticos evoluírem mais rapidamente do que seus próprios cálculos. E reduzirem de forma geométrica em tamanho, enquanto progrediam na mesma proporção em eficiência.

Vi nascer o CD e morrer o vinil, vi a medicina avançar, o homem clonar. Eu vi e ainda vejo, acompanho este momento culminante, a transição de milênios, o "fade in - fade out" de eras astrológicas. Eu nasci em cima do muro milenar, onde à minha esquerda está a Era de Peixes, e à direita a Era de Aquário. E eu ando sobre este muro, posso ver plenamente o lado aquariano, posso enxergar ao longe e vislumbrar as maravilhas desta era, mas ainda não consigo deixar de perceber a imagem pisciana.

Dentro desta maravilhosa visão do Novo Mundo, onde alcanço apenas com o olhar, é que as crianças de hoje viverão plenamente na sua maturidade. Portanto, sejam bem-vindos a todos vocês que estão nascendo e representam tão mais do que nós a geração aquariana!

Mas saibam, crianças, que eu não invejo o seu tesouro. Vocês viverão as delícias da plenitude do que nós vimos nascer, mas só nós vivemos as dores e as delícias da transição. Só nós vimos a lagarta se transformar em borboleta, só nós conseguimos nos espantar enormemente com tudo que será banal para vocês. E saibam também que dentro desta frenética mutabilidade terrena, um espectador imutável e eterno nos observa: o céu infindável, este tesouro comum a vocês, Homens e Mulheres de Aquário, e a nós, Homens e Mulheres da Grande Transição. Certamente teremos visões diferentes quando olharmos à nossa volta; no entanto, veremos a mesma paisagem quando olharmos para cima, para o Céu infinito. É essa infinitude que é comum a todos nós, e onde, finalmente, nos encontraremos.

Seja bem vinda geração aquariana! Vocês vivem o nascedouro e a realidade da Nova Era. Vocês verão a concretização do que nós idealizamos. E nós carregamos a dor de ter participado deste difícil parto e sentir que não poderemos acompanhar o querido filho em toda sua trajetória. A dor de saber que não poderemos avançar tanto nesta era quanto vocês poderão; de que não viveremos inteiramente nossas visões como vocês irão fazê-lo. No entanto, esta é uma dor carregada de alegria e júbilo pelo privilégio que legamos a vocês.

Saibam - crianças de hoje, adultos e líderes da Nova Era -, quando um dia nós tivermos partido, que apesar das imensas potencialidades do que deixamos, somos de uma geração que nasceu da guerra mas buscou a paz, somos de uma geração que sonhou com o amor universal e idealizou a união fraterna entre todos os Homens, somos de uma geração que soube sonhar e se inspirou na música, somos de uma geração que acreditou e acredita no Amor, numa religião universal. Somos de uma geração que acreditou no sonho e, como num sonho, fomos levados a viver instâncias imateriais da existência.

Portanto, já que vocês irão utilizar tão plenamente a nossa herança, o fruto do maior salto quântico da nossa raça, vocês deverão se lembrar sempre que quando em julho de 1969 Neil Armstrong definiu seu primeiro passo na Lua como um grande salto para a Humanidade, havia no céu uma mensagem clara de que era um salto para a paz, para a harmonia, para a união entre todos os Homens. O "longo" salto de Armstrong evoca aquilo que a "Geração Apollo" sempre sonhou: grandes saltos... sem "gravidade". Gravem isso!

O Século XX vai se despedindo. Um dia vocês irão se lembrar de nós como a geração que vivenciou o grande salto. E a vocês, crianças, arautos da Era de Aquário, caberá conduzir o fruto da nossa ousadia.

Nós confiamos em vocês!