Apesar da sua aparência arqueada pelos anos, o que denota um lutador incansável pelos rumos da entidade que dirige, João Paulo II não têm autoridade para falar de Astrologia, e muito menos para condená-la. Com toda certeza, ignora o assunto... ou será que João Paulo II conhece a Astrologia em profundidade e emite opiniões fundamentadas em estudos profundos acerca do tema?... Claro que não! Trata-se de preconceitos, dogmas e interpretações tendenciosas das escrituras bíblicas.
Apesar de ser o representante máximo da Igreja Católica e do peso dos anos que carrega, João Paulo II carece da prudência e sabedoria que lhe levariam a investigar detidamente um assunto que desconhece antes de emitir pareceres e dar conselhos sobre o mesmo. Em decorrência, seu discurso reflete visões petrificadas, às quais não permitiu que se diluíssem pela abertura sábia àquilo que não entende e não quer entender.
Se João Paulo II tivesse estudado a Astrologia, poderia compreender muitas coisas que, infelizmente, parece não considerar. Saberia atribuir significado aos inúmeros sintomas físicos e acidentes que vem colecionando desde a sua posse, já que nada neste mundo ocorre por acaso. Saberia que no incidente do tiro que lhe vitimou houve uma profunda mensagem. Deus - como afirma a própria Igreja - está em tudo. Logo, estava também no turco que lhe baleou... E um incidente como este encerra uma riqueza de informações simbólicas!
Se João Paulo II conhecesse Astrologia, saberia que o acidente que lhe partiu o fêmur fala de intolerância e preconceito. Através da Astrologia, saberia que o fêmur está ligado ao signo de Sagitário, relacionado à filosofia, à visão da vida e à abertura da mente. Uma fratura neste osso simboliza extrema rigidez nessas áreas, daí a fratura, um aviso de que é necessário romper essa rigidez. Esta mesma mensagem aparece no seu mapa natal, através de um stellium de planetas na Casa-09 em Touro, que, entre outras coisas, pode indicar essa rigidez e teimosia nos pontos de vista, sem capacidade de fluir e abrir-se a novas verdades, ou àquelas que desconhece. É por conta desta mesma rigidez, que o papa continua a atrelar-se a certos dogmas ultrapassados da Igreja, como a proibição do uso de contraceptivos.
Se tivesse estudado Astrologia, João Paulo II saberia que o tremor da sua mão esquerda, em decorrência do Mal de Parkinson, revela temor. Afinal, só tremem aqueles que temem... E o que teme João Paulo II? A Astrologia? O Ocultismo? Ou o inexorável declínio da Igreja Cristã, diante de uma nova era que se descortina, e que sem nenhuma dúvida irá abrir novas vias de conhecimento.
Na verdade, é o conhecimento que a Igreja mais teme, e sempre temeu. Convém à Igreja que o homem não busque muito a sua própria verdade, já que a fé cega depende disso. Não foi à toa que a Inquisição e os anos negros da Idade Média mantiveram todo conhecimento possível sob o controle da Igreja. Milhares morreram ou foram ameaçados pelo simples fato de que traziam boas novas. Aniquilaram-se aqueles que descobriam verdades científicas que hoje são inquestionáveis. No entanto, apesar de tudo, a Igreja parece ainda querer impor os mesmos métodos. Já que não pode mais questionar a Ciência, vira-se agora para outra direção. Felizmente, no entanto, hoje já não se pode dizimar aqueles que trazem boas novas.
Como disse a “Revista Veja” na sua edição de 22 de maio, espiritualmente os últimos anos do pontificado de João Paulo II têm sido um vácuo: a Rússia e o Leste Europeu não se reconverteram ao catolicismo, as religiões evangélicas drenam o rebanho na América Latina e o avanço do capitalismo e da urbanização estoura os costumes e a moral cristã. Adoentado e envelhecido, o papa parece sem forças para tirar a Igreja desse vazio.
Se tivesse estudado Astrologia, João Paulo II saberia que a humanidade encontra-se no advento da “Era de Aquário”, onde novos modelos substituirão aqueles que sustentaram a “Era de Peixes”, em cujo solo vicejou a Igreja Católica. Agora, no novo modelo que se descortina, a Igreja está diante do máximo desafio de sua história: ou passa a considerar e incorporar as novas formas de conhecimento que tanto lhe ameaçam adaptando-se ao novo paradigma, ou continuará a caminhar cada vez mais para o vazio.