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A ENTRADA DE JÚPITER EM ESCORPIÃO

Lúcia Veiga Netto

Júpiter, um planeta considerado de influência social, traz expansão, melhoria, abertura para questões ligadas a honestidade, a honra, a integridade, a moralidade, a ética e a justiça. Transitando agora, a partir do dia 25 de outubro, no signo de Escorpião intensifica a poderosa energia de transformação e a necessidade de eliminação de tudo que não condiz com a transparência de todas as coisas e com a verdade.

O sol também em Escorpião impulsiona um ego forte, poderoso e, aliado à influência de Júpiter no mesmo signo, gera um nível exacerbado de prepotência, um otimismo cego de que tudo vai dar certo e que se pode sair impune de todas as situações, não importando quais sejam. Mas a era dos que agem na impunidade, com abuso de poder, corrupção, tráfico de influência, suborno, apropriação indébita, má utilização de recursos - que são tendências da manifestação negativa de Escorpião e seu regente Plutão - está terminando com a entrada de Júpiter neste signo, formando no céu outra recepção mútua, além da de Netuno em Aquário e Urano no signo regido por Netuno, Peixes. A recepção mútua é a posição de dois planetas cada um no signo que o outro rege, gerando uma conjunção de forças, uma cooperação entre eles, intensificando sua manifestação tanto pelo aspecto positivo quanto negativo. Portanto, a tendência é que todas essas questões cheguem a um limite insuportável, mas durante seu trânsito de um ano neste signo, Júpiter vai trazer a solução final, a limpeza ampla e irrestrita, o expurgo para tanto abuso de poder e para qualquer situação que ainda se tente manter oculta.

Júpiter, no plano individual vai intensificar a manifestação de Escorpião que gera atração pelo mistério, pelo que está oculto. Enquanto Júpiter é luz, consciência, verdade e idealismo, Escorpião é sombra, inconsciência, ambivalência e radicalismo. Portanto o momento é de se buscar a sombra, conscientizando-se e entendendo as compulsões inconscientes que induzem determinadas escolhas que trazem sofrimento, dificuldades emocionais, profissionais, financeiras e afetivas. Essas escolhas afastam a pessoa do cumprimento do seu destino, da auto-realização e da felicidade. No plano espiritual, essas compulsões inconscientes estão ligadas a uma lei de causa e efeito; a lei do retorno ou a lei do karma. Neste momento é preciso usar as energias plutonianas positivas de transmutação e de auto-cura para nos purificarmos dos karmas de vidas anteriores. Isso se faz com um mergulho profundo no inconsciente para buscar todas as causas mais remotas, a fim de finalizar certas situações e resgatar os karmas do passado.

Aliando à entrada de Júpiter em Escorpião, no dia 30 de outubro os planetas se posicionam formando uma grande cruz cósmica que estará no céu até 21/01/2006. Seu aspecto mais exato onde os planetas estarão alinhados em ângulos de 90 graus entre eles e formando uma cruz, será no dia 11/11/05.

Uma grande cruz apresenta em termos de configuração planetária, uma angulação entre os corpos celestes com quatro quadraturas, que são aspectos de 90 graus, formando um quadrado e duas oposições, que são aspectos de 180 graus formando uma cruz em seu interior. Ela simboliza a interseção de duas forças potentes canalizando energias que trarão uma grande mudança na mentalidade humana: a necessidade do equilíbrio entre o poder humano, a personalidade e o poder celestial, o espírito, para daí surgir um novo ser.

A função de Júpiter neste momento em Escorpião é trazer a luz da verdade, é trazer ao conhecimento público toda a podridão que agia na sombra para que a massa crítica tenha a oportunidade de se posicionar frente às situações que ora se apresentam, assim como aconteceu com referendo do desarmamento. O momento é de crise sim, tanto a nível coletivo quanto individual, pois por trás há a necessidade da manifestação positiva do signo de Escorpião que é o aprofundamento, o mergulho na sombra para uma transformação radical, para a destruição da velha ordem, a fim de que algo novo possa nascer e ser reestruturado em novas bases.