Na mitologia Afro-brasileira conta-se que os Orixás tiveram uma vida passada na Terra, na qual teriam entrado em contato direto com os seres humanos e passaram ensinamentos se mostrando em forma humana. Foi em uma época muito distante quando o ser humano necessitava muito da presença física dos Orixás.(Pierre Fatumbi Verger- livro; OS ORIXÁS) e depois retornaram a Aruanda (céu) que era a sua terra. O Orixá seria um ancestral divinizado, que, em vida, estabelecera vínculos que lhe garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, as águas doces ou salgadas, etc.
O termo Orixá=Orisá quer dizer: Ori = Cabeça ou Coroa e Xá = Força ou Luz.
No Candomblé, durante o fenômeno do transe, o corpo do médium ou iniciado torna-se o próprio Orixá. Ao som dos atabaques os filhos de santos incorporados com o seu Orixá de cabeça movimentam-se em uma dança ritualística usando as vestimentas e os objetos de seu Orixá.
Cada orixá é reverenciado com suas cores, insígnias e comidas características, além dos gritos de saudação.
Na Umbanda, que para alguns autores é uma religião que tem origem em terras brasileiras e para outros remonta do Egito Antigo, não há a incorporação dos Orixás. A Umbanda considera que o Orixá é pura energia cósmica que encaminha-se para determinados lugares de ressonância energética semelhante, representando as forças da natureza. As incorporações são feitas por "falangeiros" dos Orixás; que são espíritos evoluídos que vem trabalhar na terra.
Cada Orixá representa uma força da natureza. Quando cultuamos os Orixás cultuamos também as forças elementares oriundas da água, terra, ar, fogo, etc. Estas forças em equilíbrio produzem uma enorme energia chamada pelo Candomblé de AXÉ.
Não existe hierarquia entre os Orixás; além de nenhum ser superior ao outro, se equivalem em termos energéticos. Mas sempre o primeiro a ser saudado é Oxalá, pois ele representa a paz e o amor, e sem estes atributos não poderemos fazer nenhum trabalho construtivo e positivo.
No Brasil é feito o sincretismo de santos da igreja católica com os Orixás africanos. As seitas africanas vieram para o Brasil com os escravos, e com elas, os Orixás africanos. Antes disso os africanos não conheciam a religião católica e nem outra religião que não fosse o culto de seus Orixás e de seus ancestrais. Para poder cultuar seus Orixás, os africanos foram obrigados a fazer um altar com imagens da Igreja Católica pois seus senhores não permitiam a prática de outra religião. Assim, os negros faziam os "assentamentos" dos Orixás dentro de um buraco que era feito na imagem, colocando ali os objetos do cultos, as ervas e a pedra (Otá) e faziam os cânticos aos Orixás em seus dialetos africanos. Como os portugueses viam apenas imagens de santos, pensavam que eles estavam cultuando os santos católicos. Foi deste maneira que se deu o sincretismo.
