Artigos

23 DE ABRIL: SALVE SÃO JORGE GUERREIRO

Mártir na Palestina, onde era venerado já no século IV, São Jorge é um dos santos mais populares no Brasil.
O seu culto litúrgico se espalhou pelo mundo a partir da Igreja Oriental que o venerava com o título de "Grande Mártir".

Sabe-se que ele foi um militar sob o imperador Diocleciano, por volta do ano 300, mas uma vez convertido e batizado, não se conformou com as estruturas iníquas do Império e desligou-se da milícia para colocar sua força na defesa da religião cristã. Mais tarde, São Jorge foi preso porque fora acusado como cristão; recusando-se a renegar a Cristo, foi jogado na prisão com uma grande pedra no peito e depois, enterrado até o pescoço em cal viva, sendo por fim, decapitado. Seu culto era muito popular no Egito, que dedicou 40 igrejas e três mosteiros ao seu nome. Em Constantinopla, era protetor do Exército Imperial.

O culto passou para o Ocidente por volta do ano 1000, quando sua vida foi floreada de lendas. Ricardo Coração de Leão, comandante de uma expedição das Cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro das Cruzadas, considerando-o o protótipo dos cavaleiros.

No século XII, a arte e a literatura, religiosa e popular, representam São Jorge como nobre soldado das cruzadas, com manto e armadura com cruz vermelha, num cavalo branco com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

No século XIII, a Inglaterra celebrava sua festa como dia santo de guarda e criou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge.
São Jorge representa a força de Deus na luta dos excluídos e marginalizados da sociedade.

CASSADO PELA IGREJA?

O Papa Paulo VI, seguindo política ecumenista, para agradar aos protestantes que são contra o culto dos santos, retirou do calendário litúrgico as comemorações dos santos dos quais não havia documentação histórica, mas apenas relatos tradicionais. Daí ter-se falado, naquele tempo, em "cassação de santos". A imprensa considerou que os santos que haviam caído sob a foice do ecumenismo "histórico-científico" não haviam nunca existido. Era como se alguém dissesse que uma pessoa cuja certidão de nascimento que foi perdida nunca tenha existido. Seu dia foi colocado no Calendário particular da Igreja, isto é, celebrado nos lugares de sua devoção.

.:. LENDA .:.

Um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade, trazendo a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. Um dia coube a filha do Rei ser oferecida como comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da filha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo, reduziu o terrível dragão a um manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. Em voz alta, o misterioso cavaleiro lhes assegurou que tinha vindo em nome de Cristo para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

.:. ORAÇÃO A SÃO JORGE .:.

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.