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AS TRÊS FACES DA PERSONALIDADE (Segunda Parte)

Marilda Bourbon

A nossa vida é dividida em terços de 24 anos. O primeiro terço, até a 5ª cúspide é dominada pela Lua e é a infância. Astrologicamente, ela dura até os 24 anos, não só até 20, 18 ou 16. O terço médio da vida, até os 48 anos, é dominado pelo Sol, e aí se dá o pleno desenvolvimento da personalidade mundana. O último terço, a velhice, é dominado por Saturno. Deve vir daí o fato de associarmos os velhos a Saturno. Nesse momento nos confrontamos mais com o nosso corpo, pois ele esta se tornando menos confiável, mais fraco ou doente.

A experiência dos primeiros 24 anos é lunar, por ser infância, no sentido de não ser responsável pelos próprios atos. O mundo adulto nos segura e sustenta, estimula e freia. Podemos perceber que, para muitas pessoas na idade de 24 anos e mesmo além dela, indo até o ponto-baixo da 5ª casa, é absolutamente normal que todos cuidem delas. Não percebem que elas próprias devam ser responsáveis, e quando isso ocorre, é uma exceção.

No segundo terço da vida, de 24 a 48 anos, há desdobramento do que, em geral, é chamado de personalidade e firma-se com sua própria força e suas próprias idéias.

O ultimo terço da vida abrange qualidades saturninas e pode caminhar em duas direções diferentes. Podemos observar pessoas muito ligadas à matéria com um pensamento materialista ou que sempre foram medrosas em relação ao seu corpo, ou extremamente preocupadas com ele. Muitas vezes isso resulta em senilidade pronunciada.

Outra possibilidade, próximo aos 48 anos ou até antes, consiste em começar a nos reordenar, ou seja, o espírito cada vez se desliga mais da noção que tinha do corpo, abrindo seu próprio caminho. Assim se vivencia Saturno de forma espiritual e aí sim podemos orientar e aconselhar. Apenas com essa reordenação de uma personalidade solar voltada para as coisas mundanas para uma personalidade saturnina, orientada pelo espírito podemos assumir responsabilidades.
Portanto temos fases com seqüências diversas:
Lua - Juventude
Sol - amadurecimento, a fase de voltar-se para o lado externo e fundir-se ao mundo e ser ativo.
Saturno- o retorno a si mesmo e avaliação de nossas experiências. Quase sempre, isso representa um novo modo de vida que se orienta por valores espirituais e não corporais.
Muitos de nós temos dificuldades de passar por essas diferentes fases e ficamos muitas vezes presos a uma delas, por exemplo podemos ser "homens-Lua" durante grande fase de nossas vidas ou seja "crianças" inseguras ou então "homens - sol", usando e abusando de nossa intelectualidade e razão e esquecendo de se realizar plenamente, ou também "homens - saturno", materialistas e presos à função corpo.

O Modelo de Família pelo Método Huber no mapa radix (natal) podemos definir não só as pessoas que desempenham os papéis de pai e mãe, mas também o papel de filho desempenhando pelo dono do mapa em relação ao ambiente que o cercava na sua infância. Sobre o pai tiramos conclusões através da posição do Sol, principalmente nas casas. A figura da mãe, ou papel desempenhado por ela, não pode ser derivada da posição da Lua, mas no posicionamento de Saturno. A criança é deduzida da posição da Lua.

A relação da criança com as figuras paternas, a relação entre pai e mãe e tal como é vivenciada subjetivamente pela criança, podem ser vistas nos aspectos entre os três planetas principais entre si (Sol - Lua - Saturno) No posicionamento desses planetas nas casas podemos ver também uma ordem hierárquica da família, ou seja, quem realmente manda.

Gostaria de ressaltar que para nós astrólogos retirar da Lua o significado de mãe é difícil, pois toda a literatura, até as antigas fontes gregas, sempre definiram a Lua como sendo a mãe. Lembramos também da dificuldade de identificar o "maléfico" Saturno com a delicada e amorosa figura da mulher e mãe, mas é importante também percebermos que a mulher como figura sexuada, esta representada no mapa por Vênus e não pela Lua. Saturno representa algo nitidamente assexuado. O papel da mãe é principalmente o de proteger, alimentar, assistir e educar a criança. Percebemos em toda mulher que se torna mãe, que por um certo tempo, ela perde o erotismo. E muitos homens não suportam que sua Vênus tenha se transformado em Saturno.

A Lua é a alma sensível, eternamente mutante. A Lua é o que dentro de nós procura o contato e sua aptidão é a sensibilidade para o outro e receptividade não tem sexo. Na Lua não procuramos a experiência sexual, mas sim, o ser humano que ama e que esta disposta a dar-nos confiança, compreensão, afeto e ternura, sem exigência. É isso, que quando crianças experimentamos junto a nossa mãe.

Todos os aspectos astrológicos entre Lua e Saturno ou Sol, mostram a dependência dos pais (fixação materna ou fixação paterna) que pode variar em sua qualidade, conforme os aspectos.