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AS TRÊS FACES DA PERSONALIDADE (Primeira Parte)

Marilda Bourbon

Para definirmos a personalidade humana e a sua individualidade dispomos de vários conceitos derivados de diferentes escolas de psicologia. Da mesma forma, temos essa dificuldade para definir a personalidade na Astrologia. Apenas a Astrologia Psicológica desenvolveu métodos que com ajuda do Mapa Astrológico permitem a avaliação da personalidade, da individualidade e da totalidade humana. A Astrologia Tradicional não oferece essa possibilidade, pois ela se refere com seus parâmetros às feições externas do caráter, aos sintomas e não a verdadeira personalidade.

Dentro da Astrologia Psicológica o método Huber nos oferece novos paradigmas para melhor desvendar a personalidade humana. Nesse método aprendemos que existem três planetas principais como suporte da personalidade: Sol, Lua e Saturno. Eles fazem parte do que o método chama de tríade da personalidade, composta de:
1 - físico, corpo, biológico (physis)
2 - psique, sentimentos emoções
3 - inteligência, intelecto, razão
Nessa tríade, Saturno corresponde a corporalidade, a Lua aos sentimentos e o Sol as qualidades mentais. Cada um deles é a sede consciente de um atributo da personalidade que compõem a personalidade global.

Entre esses três pontos focais do Eu, um pode se destacar mais do que o outro. Nesse caso, o individuo perceberá a si mesmo pelos atributos desse planeta com maior intensidade.

A consciência de nossa personalidade pode estar focada num desses três planetas. É de grande importância sabermos qual dos três planetas principais encontra-se mais forte no nosso mapa e, portanto, exercendo força suficiente para conservar em equilíbrio os outros pólos do Eu para integrá-los.

Existem métodos especiais para avaliarmos no mapa qual dos três planetas principais encontra-se em posição mais forte, representando portanto a polarização do Eu da pessoa.

A pessoa que tem o Sol na posição mais forte de seu mapa identifica-se como intelectual e mede-se por critérios. Se for a Lua, essa pessoa estará mais polarizada no sentimento, todas as vivências sentimentais serão para ela determinantes.

Caso Saturno seja o mais forte, a pessoa evidenciará mais fortemente a sua corporalidade, sentindo-se protegida quando todas as funções do corpo e da matéria estiverem em bom funcionamento.

No individuo adulto as três funções do Eu devem agir em conjunto e, para se reunir essas funções do Eu, há a necessidade de uma força especial, ou seja, a vontade.

Para sabermos como agimos em nosso mundo temos que encontrar a situação em que se encontram os três planetas da personalidade (Sol, Lua, Saturno) em nossos mapas e com isso, a situação do Eu. Devemos considerar as casas e os signos nos quais eles se encontram, quantos aspectos e através destes quantas ligações têm com os demais planetas. Os três planetas principais são pólos de comando da personalidade e devem ter sob seu controle os demais planetas e utilizá-los da melhor maneira.

Pelo posicionamento nas diversas casas e signos e da estrutura de aspectos, pode ocorrer que esses três persigam metas diferentes. Chamamos de posições fortes e fracas dentro das casas e dos signos quando observamos os seguintes parâmetros: A posição mais forte encontra-se na cúspide da casa, a mais fraca, no Ponto-Baixo (PB). Nos signos, um planeta encontra-se em posição forte por volta de 10 a 12 graus e em posição fraca no início e no fim do signo.

Os planetas principais na cúspide da casa e entre 10 e 12 graus do signo, têm posições fortes e com eles podemos trabalhar muito bem.

Cada um dos planetas principais, portanto, devem ser examinados quanto às suas forças e suas debilidades. Lembramos também que a posição de um planeta principal na casa sempre indica a influência do ambiente.

Pelo método Huber também vemos os estágios de evolução do Eu na Progressão da idade, pois o Eu passa por estágios de evolução, começando pelas qualidades mais simples, primitivas. É necessário ordenar esse processo cronologicamente, comparando com as faixas etárias. Por exemplo, na casa 1 (1 a 6 anos), a criança é modelada por uma experiência do Eu. Na fase seguinte, que corresponde a casa 2 (6 a 12 anos), ela tem como mais importante a percepção sensorial. Na terceira fase, casa 3 (12 a 18 anos) tem a consciência solar de si mesma. Na quarta fase, casa 4 (18 a 24 anos) tentamos encontrar o nosso próprio coletivo, em substituição a nossa mãe. Essa evolução é a primária que ocorre no 1º quadrante. Todo o processo se repete no quadrante seguinte.