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PRAKRITI E OS TRÊS GUNAS

Julio Falavigna - Gopala

Qualquer estudante de Yoga tradicional está bem a par da importância dos três gunas no processo de pensamento e prática yoguica. Poucos, porém estão conscientes da sua origem védica e da profunda perspectiva trazidas por esta.

Dentro da filosofia do Yoga, que é derivada do sistema Sâmkhya, toda a matéria do Universo é resumida em uma substância primária chamada Prakriti.

Prakriti significa o poder original de ação. Não se refere a uma substância no sentido físico, porém ao potencial de onde todas as formas de matéria, energia e mente provém. É o estado original de puro potencial a partir do qual todas as coisas se tornam possíveis. Prakriti é o estado latente da substância, como a semente que contém a potencialidade para o crescimento de uma árvore, a matriz do mundo no qual matéria, energia e mente são manifestações. Prakriti, nós poderíamos dizer, é a forma ou conceito original que forma as várias substâncias a partir de seus estados sutis e densos.

Ela é dita ser um composto das três qualidades básicas de Sattva, Rajas e Tamas.

Sattva é o poder da harmonia, equilíbrio, luz e inteligência-o mais alto ou espiritual potencial.
Rajas é o poder da energia, ação mudança e movimento-potencial de vida ou intermediário.
Tamas é o poder da escuridão, forma da inércia e estagnação - o mais baixo ou material potencial.

Poderíamos sintetizá-los como Matéria (Tamas), Energia(Rajas) e Luz (Sattva).

Assim estes três gunas refletem os três mundos no pensamento védico, sua compreensão possibilita uma melhor assimilação das várias práticas dentro do Yoga e Ayurveda, dando um sentido de purificação a natureza humana, como parte de um universo interdependente.