Desde as civilizações mais antigas, a música já era ensinada e utilizada não só nas cerimônias religiosas, como também nos processos de cura de doentes. Recentemente encontramos estudos científicos que comprovam que a música estimula regiões cerebrais responsáveis pela memória, controle muscular e linguagem.

Estudiosos acreditam que na linguagem sonora existe um reencontro com o primitivo, o ancestral. Uma das várias teorias sobre o aparecimento da linguagem no homem baseia-se na crença de que o canto precedeu a fala, filogeneticamente.

Várias terapias utilizam sons e música para trabalhar relaxamento e estados de meditação. Minhas pesquisas e experiências no campo sonoro e musical me levaram a acreditar que os mais eficazes sons de relaxamento vocal e corporal são os que não possuem conteúdo lingüístico. Isso porque ao cantarmos palavras e frases com significado, elas vão fatalmente nos remeter a lembranças e sensações agradáveis ou desagradáveis, e conseqüentemente a mente não estará vazia de conteúdo, fazendo com que também o corpo reaja com sensações de conforto ou de desconforto.

Se o objetivo do relaxamento é justamente a ausência de sensações, podemos supor que isso se dará de forma mais eficaz com sons desprovidos de significado.

Foi baseado nisso que os Mantras Fonéticos foram criados. Eles são cantos terapêuticos sem conteúdos lingüísticos voltados para o relaxamento ou ativação de estruturas vocais e musculares. Eles foram relacionados aos chakras e possuem exercícios respiratórios e de Yoga adaptados especificamente para cada um deles.

Cada fonema ou vogal tem seu próprio ponto articulatório, sua função relaxante ou ativadora dependendo do local onde se dá sua vibração sonora dentro do organismo.

No primeiro Cd temos seis mantras de relaxamento e seis mantras de ativação.

Ao emitirmos um som nasal como, por exemplo, o m... ocorre uma maior dissipação de energia sonora no trato vocal, com o ar sendo dirigido tanto para a cavidade oral quanto para a nasal, auxiliando a reduzir a tensão da laringe e faringe, trazendo o ar e o som em direção à face.

Os sons nasais estão presentes em todos os Mantras Fonéticos de relaxamento, e alguns deles foram relacionados ao chakra laríngeo, pois esse chakra vai estar sendo indiretamente trabalhado durante a emissão desses mantras.

Os Mantras Fonéticos de ativação possuem fonemas que propiciam a ativação do tônus muscular, e ativam indiretamente outros chakras, dependendo da região em que seus fonemas vibram.

O que temos conseguido com a utilização dos Mantras Fonéticos como exercício é uma maior mobilização da musculatura corporal, seja ativando ou relaxando as regiões que interferem direta ou indiretamente em todo o processo vocal.

Com isso estamos mobilizando o indivíduo de duas formas distintas: diretamente, com o efeito dos sons sobre as células e os órgãos e indiretamente, agindo sobre as emoções que vão por sua vez afetar numerosos processos corporais, dentre eles a Fala.

Pensamos assim nos Mantras Fonéticos como objeto = Linguagem Primitiva; e como técnica = Recurso Terapêutico.
A música resgata, liberta e transforma!