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REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - 4a PARTE
Por que as objeções que os cientistas colocam à astrologia não têm fundamento

Otávio Azevedo

"There is really no astrological evidence that science is anything more than a medieval superstition"
Stephen James - Astral Engineer

A jocosa citação de Stephen James encerra uma meia-verdade: vista sob o paradigma astrológico (vertical, acausal), a ciência apresenta inúmeras contradições, da mesma forma que a astrologia quando enfocada sob o modelo científico (horizontal, causal).

Relembrando o ponto principal que foi explanado nesta série de artigos, a astrologia e todos os saberes esotéricos estão regidos pelo "Princípio de Correspondência", que afirma que "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima". Esta Lei Cósmica é, em última instância, a indicação da presença inerente do Todo em Tudo, onde, a cada instante, existe um mútuo reflexo entre o macrocosmo e o microcosmo, uma espécie de qualidade abstrata que se propaga por todos os planos de manifestação. É a este princípio que a Bíblia nos remete quando diz que "fomos feito à Sua imagem e semelhança". Desta forma, podemos conhecer a natureza do infinitamente pequeno através do infinitamente grande, e vice-versa. É notável como homens de grande desenvoltura espiritual afirmam que não é necessária nenhuma busca nem anseio exterior, já que através de conhecer a si próprio pode-se conhecer o universo inteiro. No seu próprio mundo interior o iluminado encontra a totalidade cósmica.

No entanto, o caminho inverso é igualmente válido. Quando conseguimos compreender a mensagem simbólica escrita no céu, na grandiosidade que se encontra acima de nós, podemos entender o que se passa no nosso pequeno mundo, já que nós, seres humanos, assim como o universo, o sistema solar e os micróbios, somos, tudo, "farinha do mesmo Saco".

O ponto mais importante desta Lei Cósmica é que trata-se de uma lei acausal, onde a sincronicidade que existe entre elementos análogos de diferentes planos de manifestação não obedece a nenhuma relação de causa e efeito. A lei estabelece apenas uma relação "funcional", sem que haja aí nenhuma relação de causalidade. Não é correto, portanto, falar em influência dos astros ou coisas do gênero quando nos referimos à astrologia, já que os planetas, na verdade, não nos influenciam. Apenas refletem no céu o que se passa aqui na Terra... E vice-versa! Os cientistas e demais pessoas que tentam desacreditar a astrologia partem usualmente deste equívoco. Acham que os astrólogos pretendem estabelecer relações de causa e efeito entre os corpos celestes e os acontecimentos aqui na Terra, o que não é o caso. Assim, vêem e contestam a astrologia baseados no seu modelo científico, e não no modelo vertical que rege a astrologia. Partindo de pressuposições equivocadas, é claro que chegam a conclusões igualmente despropositadas.

Para quem consegue distinguir claramente os dois modelos, torna-se fácil responder a quaisquer ataques contra a astrologia, alguns baseados na lógica causal e outros baseados apenas em preconceito. E não são poucos os ataques que têm sido desferidos injustamente contra a astrologia ao longo dos últimos tempos.

Em Junho de 1990, por exemplo, a revista "Super-Interessante" publicou um artigo pretensamente científico, já que fora escrito por um cientista (o astrônomo americano Andrew Franknoi), e que atacava a astrologia de uma forma desleal, através de indagações que "deixariam qualquer um sem resposta". O que torna mais insidiosa a matéria é que as respostas às perguntas do cientista foram dadas por ele mesmo, obviamente manipuladas numa lógica marota mesclada de preconceito. O título da reportagem era: "Como Defender-se da Astrologia", onde o autor procura colocar este saber milenar numa posição marginal, como se fosse uma ameaça social da qual todos deveriam se cuidar e defender. Quanto à revista, repetindo uma atitude usual em grandes órgãos de informação, não deu oportunidade de defesa aos astrólogos nesta nem em outras edições.

Vamos, então, responder às perguntas do astrônomo, mostrando que todas partem de um pressuposto equivocado. Após cada pergunta, colocamos inicialmente a resposta dada pelo próprio astrônomo à sua pergunta (em itálico), seguida da minha resposta.

1)- "Qual a probabilidade de que 1/12 da população mundial esteja tendo o mesmo tipo de dia ?"

Os astrólogos que publicam horóscopos nos jornais asseguram que você pode saber algo sobre seu dia lendo um dos doze parágrafos no seu matutino predileto. Uma divisão elementar mostra que 400 milhões de pessoas pelo mundo afora terão o mesmo tipo de dia, todo santo dia. Dada a necessidade de atender a tantas expectativas ao mesmo tempo, torna-se claro o motivo pelo qual as previsões astrológicas vêm acondicionadas em um palavreado o mais vago e genérico possível.

(O.A.) O astrônomo se refere aos horóscopos de jornais. Estes "horóscopos", quando feitos por profissionais competentes, podem apenas dar descrições simbólicas genéricas, geralmente considerações sobre signos, o que não é aplicável individualmente, como as colunas de jornais querem fazer parecer. Num nível individual, somente o próprio mapa astrológico do indivíduo, que depende do dia, hora e local em que este nasceu, é que irá refletir sua situação num determinado momento. Se os jornais procuram apontar os horóscopos como soluções individuais, isto não corresponde à realidade, e todos os verdadeiros astrólogos sabem disso e não pregam nada em contrário.

Deve-se lembrar que muitas profissões têm colunas análogas nos jornais, por exemplo, colunas de aconselhamento médico, psicológico, etc. No entanto, acredito que para um doente é mais prudente procurar seu médico do que basear-se em receitas genéricas de jornais, já que um mesmo sintoma pode demandar tratamentos diversos para pessoas diferentes. Esta analogia pode ser aplicada às demais atividades: geralmente têm uma abordagem genérica e outra particular.

2)- "Por que a hora de nascimento, e não a da concepção, é crucial para a Astrologia ?"

A astrologia parece científica para algumas pessoas porque o horóscopo é baseado num dado exato: o tempo do nascimento de cada um. Quando a astrologia foi estabelecida, há muito tempo atrás, o instante do nascimento era considerado o ponto mágico da criação da vida. Mas hoje entendemos o nascimento como o ponto culminante de um desenvolvimento ininterrupto de nove meses dentro do útero. Tanto assim que atualmente cientistas acreditam que muitos aspectos da personalidade de uma criança são estabelecidos muito antes do nascimento. Suspeito que o motivo pelo qual os astrólogos ainda se mantêm fiéis ao momento do nascimento tem pouco a ver com a "teoria" astrológica. Quase todo cliente sabe quando nasceu, mas é difícil (e talvez embaraçoso) identificar o momento da concepção de uma pessoa.

(O.A.) Um indivíduo como tal não nasce na concepção, da mesma forma que uma empresa não nasce no aluguel do escritório e nem um mandato presidencial nasce no início da campanha. O momento da concepção marca o nascimento da gestação, e este horóscopo está relacionado às condições que envolverão o feto e a mãe durante a fase da gestação. Tornar-se um indivíduo é conseqüência do ato de individualizar-se, ou tornar-se autônomo, o que implica em separar-se da mãe. O ato que marca o início da individualização de um ser humano é a sua primeira respiração após deixar o útero, que é a primeira coisa que se consegue fazer por conta própria. O horóscopo natal reflete este momento.

O fato do feto ter sensações e reflexos no interior do útero, esta vivência, esta realidade, tudo isto poderia ser estudado a partir do horóscopo da gestação. Ao nascer, o feto passa a ser um bebê: rompe o vínculo com a realidade anterior, simbiótica, indiferenciada, imersa no oceano cósmico do líquido amniótico, e passa a sentir a própria pele a separá-lo do mundo, emerge numa nova realidade, numa nova consciência.

Todo mapa astrológico reflete o tipo de realidade que nasce a partir dali. Poderíamos, inclusive, estudar o mapa do momento da morte, como reflexo de uma nova realidade a ser vivenciada a partir daquele momento. É possível que este mapa reflita a vida após a morte, as condições que virão adiante, àquilo que os cristãos aludem como céu, purgatório ou inferno.

Enfim, a astrologia estuda diferentes realidades, diferentes níveis de consciência, independente de considerações materiais, de quando surgiu uma primeira célula, um primeiro pedaço de carne e, também, independente de quando desapareceu a matéria. Por ser um estudo da alma das coisas, um estudo da vida, a astrologia se relaciona ao desenvolvimento da consciência nos seus diversos níveis de manifestação.

A conceituação materialista da ciência, que considera um feto igual a um bebê, não se aplica à conceituação astrológica, relacionada à consciência. A vida pré-natal, a vida propriamente dita e a vida após a morte são, obviamente, diferentes níveis de consciência. E cada diferente nível de consciência implica num novo mapa astrológico, que reflita o seu momento inicial.

3)- "Se o útero da mãe pode afastar influências astrológicas até o nascimento, será que podemos fazer a mesma coisa com um pedaço de filé?

Se forças tão poderosas emanam do céu, por que elas são inibidas antes do nascimento por uma fina camada protetora feita de músculo, carne e pele? Se o horóscopo potencial de um bebê for insatisfatório, será que poderíamos retardar a ação das influencias astrológicas circundando imediatamente o recém-nascido com um naco de carne até que os signos celestiais ficassem mais auspiciosos?

(O.A.) Neste ponto o cientista inaugura uma série de perguntas onde irá fazer alusões do tipo "forças planetárias", "influência gravitacional", etc, para tentar colocar em cheque a astrologia. Já vimos que o mecanismo astrológico funciona como um espelho, através da analogia vertical, não tendo absolutamente nada a ver com influências, forças, energias, etc. Quando o bebê nasce, seu horóscopo reflete a qualidade abstrata daquele momento, expressa em todos os planos macro ou micro que o circundam. Se, ao nascer, o bebê fosse coberto por um naco de carne por obra de um pai desnaturado, teria este evento impresso no seu mapa astrológico, já que esta ocorrência desagradável estaria de acordo com a qualidade abstrata daquele instante, e marcaria o início desta nova fase de consciência ao tornar-se um ser individualizado.

No seu mal gosto, o cientista mostra total ignorância da lei básica da astrologia e demonstra o que afirmamos no primeiro número desta série, que a ciência não tem sensibilidade para lidar com a vida e a alma: neste caso, para os fins do cientista, tanto faz o útero materno quanto uma peça de filé, já que considera ambos de mesmo valor "isolante".

REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE I
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE II
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE III
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE V
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VI
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VII