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A VIDA E A OBRA DO DR. EDWARD BACH

Lucia Braga

Dr. Edward Bach nasceu a 24 de setembro de 1886, no povoado de Moseley, Inglaterra. Criança profundamente intuitiva e com rara sensibilidade, logo cedo demonstrou grande amor pela natureza e um interesse especial em aliviar o sofrimento humano. Além disso, destacava-se em sua personalidade, a extrema coragem em seguir o senso de determinação ditado pelo seu coração, o forte poder de concentração e o excelente senso de humor, que o acompanharam por toda a vida. Ainda na idade escolar, já decidira ser médico e, aos 20 anos, ingressou na faculdade que pretendera. Após sua conclusão, especializou-se em Bacteriologia, Imunologia e Saúde Pública. Dr. Bach foi um médico diferente, daqueles que sentam à cabeceira dos enfermos para ouvir-lhes a história. Interessava-se mais pelas pessoas do que pelas suas doenças e, assim, descobria a causa real da má saúde de seus pacientes: medos, aflições, aborrecimentos, preocupações, pessimismo, desesperança e toda uma gama de emoções e pensamentos negativos. Assim, ele percebeu que o corpo era como um espelho a refletir os sentimentos, as emoções e os pensamentos que povoam a mente e o coração dos homens. Logo compreendeu que um novo método de tratamento era necessário pois apenas as palavras de encorajamento não eram suficientes para transformar-lhes o estado mental e emocional.

Responsável por 400 leitos durante a I Guerra Mundial, o Dr. Bach pôde observar, através de seu intenso trabalho, como os pacientes reagiam diante das enfermidades e como tal reação influía no curso da própria doença. Verificara que o mesmo tratamento aplicado a pacientes diferentes nem sempre curava uma mesma enfermidade, sendo eficaz para uns e não atuando em outros e, principalmente, que pacientes com temperamentos similares respondiam positivamente ao tratamento com o mesmo remédio.

Em julho de 1917, o doutor foi surpreendido por uma grave hemorragia digestiva, tendo sido operado pelos seus colegas em situação crítica. Seus colegas alertaram-lhe para a gravidade do quadro e estimaram-lhe apenas três meses de vida. Determinado a concluir o seu trabalho, abandonou o hospital ainda convalescente e, retirando-se para o seu laboratório, retomou o trabalho dia e noite. Absorvido pelo ideal da sua vida, passaram-se os dias e quando percebeu estava completamente curado, surpreendendo seus colegas e amigos. Este episódio levou-o a concluir que "um interesse absorvente, um grande amor ou um propósito definido na vida são fatores decisivos para a saúde e a felicidade do homem".

Dr. Bach pesquisou e criou uma série de vacinas orais que curavam as doenças crônicas, reconhecidas internacionalmente e firmemente estabelecidas na matéria médica homeopática até os dias atuais, denominadas "Os Sete Nosódios de Bach" e sendo prescritos por ele, à época, em conformidade com as dificuldades temperamentais de seus pacientes, com resultados excelentes. O doutor comprovou, então, que a doença física era "a consolidação de uma atitude mental". Tendo conhecido a Homeopatia, o Dr. Bach encantou-se com o princípio de Hahnemann - "O paciente é o fator mais importante na cura de si mesmo" e com o fato de os remédios homeopáticos serem prescritos face à personalidade do paciente e não apenas aos sintomas físicos.

Apesar do grande êxito do seu trabalho como patologista, bacteriologista e homeopata, o doutor não estava satisfeito, pois acreditava que ainda estava a tratar do corpo e não da pessoa. Ele intuía que na Natureza estariam os remédios puros e autênticos, que ajudariam a pessoa a superar seus sofrimentos mentais e que tais remédios seriam encontrados entre as árvores e as plantas, pois Deus tudo provê. O Dr. Bach desenvolveu um enorme conhecimento da natureza humana, pois observava atentamente as reações de seus pacientes, de seus amigos e colegas, diante de todas as experiências da vida cotidiana, em labor ou em lazer, em boa ou má saúde, e isso muito enriqueceu a sua excepcional natureza. Em 1929, o Dr. Bach era respeitado por toda a classe médica da Europa, estando em pleno êxito profissional, quando obedecendo a um chamado interior, abandonou todas as suas atividades na cidade e foi para o campo, para o interior do país de Gales, em busca das suas flores. Em 1930, decidiu-se definitivamente a viver no campo e, na ocasião, tornou-se muito sensível não só na mente como também no corpo. Antes de achar uma flor particular, ele sofria, em si mesmo e muito agudamente, o estado mental negativo para o qual seria indicada aquela flor. Ao vagar pelos campos, iria encontrar a flor que haveria de restaurar imediatamente sua tranqüilidade e paz mental. Desse modo, o doutor encontrou as 38 flores que compõem o seu sistema de cura. Em 27 de novembro de 1936, o Dr. Bach, aos 50 anos, abandonou o corpo físico, enquanto dormia, tendo concluído sua missão terrena neste mundo. Neste 24 de setembro, estaremos comemorando o 115º ano de seu nascimento com alegria e gratidão pela "Luz que nunca se apaga".