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A ASTROLOGIA E A ESCOLHA DA PROFISSÃO

Luiz Claudio Moniz

A Astrologia, hoje em dia cada vez mais difundida aqui no Brasil e em todo mundo, graças, por um lado, à falência de determinadas instituições que serviam e ainda servem de referencial ao ser humano; e, por outro, ao trabalho que vem sendo desenvolvido por profissionais sérios e estudiosos, possui, como toda arte e ciência, uma série de especialidades. Dentre essas especialidades encontra-se uma que é de suma importância no processo de desenvolvimento de todo ser humano: a Astrologia Vocacional, que tem como objetivo maior mostrar suas tendências profissionais.

Infelizmente, na nossa cultura moderna, o indivíduo se vê obrigado a optar por uma carreira ainda muito jovem e, em sua esmagadora maioria, sem conhecimento sobre as profissões que estão à disposição no mercado. Além disso, existem as pressões familiares e sociais, que o impelem a escolher uma profissão que lhe traga dinheiro e status, sem considerar suas verdadeiras habilidades inatas. Isso geralmente traz sérios problemas futuros, onde por volta dos quarenta, quarenta e dois anos (época em que acontecem ciclos planetários altamente significativos e cruciais), o indivíduo se vê num momento de grande insatisfação, percebendo que o trabalho que executa, apesar de trazer, em muitos casos, segurança material, não tem muito ou nada a ver com sua verdadeira essência. Tudo bem, nunca é tarde para se encontrar o verdadeiro caminho, mas casos como esses poderiam e podem ser evitados se os pais se conscientizassem de que cada criança é um ser único, com seu potencial criativo próprio, e não uma projeção de suas fantasias e desejos frustrados ou não realizados.

O trabalho em si traz uma conotação arquetípica negativa, já que, em todas as mitologias e religiões, surgiu como uma represália às atitudes insensatas do ser humano (na Bíblia, Adão é condenado a trabalhar depois de cometer o "pecado original"; nos mitos greco-romanos, o trabalho vem como uma das terríveis pragas que saem da caixa aberta por Pandora etc.). A própria palavra trabalho se originou do termo latino tripalium, uma ferramenta agrícola composta de três paus, como o próprio nome indica, e que era largamente utilizada como instrumento de tortura. A causa dessa associação talvez venha também do fato do trabalho, principalmente o trabalho duro, vir sendo, ao longo dos milênios, executado pelas classes menos privilegiadas (escravos e camponeses), que o viam realmente como algo terrivelmente penoso, além de obrigatório, já que a elite sempre se manteve às custas das mesmas (fato que continua perdurando até os dias atuais). A própria estrutura dos povos indo-europeus dividida em castas, baseada na tríplice função religiosa dos deuses, e que se tornou o sustentáculo da civilização patriarcal, demonstra tal fato.

De uma forma ou de outra, a verdade é que o trabalho é fundamental dentro do esquema do universo, e há inclusive aquela velha e não menos verídica frase que diz que "o trabalho dignifica o homem". Sendo assim, todos nós precisamos trabalhar. E porque não fazendo o que gostamos? É claro que a maioria da população mundial não tem condições de escolher suas profissões por uma série de razões, mas isso não é motivo para não tentarmos.

Quando o indivíduo tem a oportunidade de exercer uma profissão para a qual ele está, de uma certa forma, originalmente orientado, ou melhor, traz em si as características intrínsecas a ela, o trabalho flui de uma maneira natural, e é encarado com prazer e satisfação. Geralmente um indivíduo assim acaba se projetando profissionalmente e a conseqüência é uma sensação de integração com a vida.

Para que as coisas caminhem em direção a isto, se faz necessário o conhecimento prévio das potencialidades e talentos da pessoa, de preferência o mais cedo possível. É aí que entra a Astrologia Vocacional, que nada mais é do que o mapa astral abordado de uma forma totalmente voltada para as questões que envolvem o trabalho e tudo o que gira à sua volta.

A análise deve começar, é claro, com os quatro elementos, pois a combinação dos mesmos irá mostrar as disposições básicas de cada um. A ênfase em alguns desses elementos já mostra vislumbres sobre as potencialidades do indivíduo.

Alguém com muito Fogo, por exemplo, possui tendências a exercer profissões onde não se sinta limitado e possa canalizar todo o seu potencial agressivo e criativo, geralmente ocupando cargos de liderança. Já uma pessoa cujo elemento predominante é o Ar, as carreiras indicadas são aquelas em que a energia mental possa fluir com mais naturalidade, onde possa comunicar-se com as pessoas e dar vazão às suas idéias. O elemento Água, quando evidenciado, sugere alguém com grandes capacidades psíquicas e místicas, podendo se ocupar com trabalhos de cura e orientação de pessoas, atuando com desenvoltura nas áreas espiritual e esotérica. Quando a Terra é o elemento que predomina, temos um indivíduo extremamente prático e objetivo, que sabe lidar melhor do que ninguém com o lado material da vida, às vezes trazendo o que se pode chamar de "o toque de Midas", com muitas possibilidades de se tornar um grande empresário.

Os ritmos, as três modalidades responsáveis pelo modo de expressão dos elementos, também podem trazer dicas surpreendentes. Aqueles cuja ênfase se dá nos signos Cardinais (Áries-Fogo, Câncer-Água, Libra-Ar e Capricórnio-Terra) são ideais para iniciar projetos, estando geralmente à frente dos mesmos. Os signos Fixos (Leão-Fogo, Escorpião-Água, Aquário-Ar e Touro-Terra) já trazem uma facilidade para a concretização e a manutenção de algo que já teve o seu início. E quando os signos Mutáveis (Sagitário-Fogo, Peixes-Água, Gêmeos-Ar e Virgem-Terra) são os que predominam, aqueles que possuem essa configuração devem se ocupar de atividades que estão sempre se renovando, ou seja, profissões ligadas a viagens, ensino, entre outras coisas.

Concentrações de planetas num mesmo signo (stellium) devem ser observadas, pois representam um determinado tipo de energia que é fundamental na própria idiossincrasia do indivíduo, podendo também ser um indicativo de opção profissional. Também as casa zodiacais são de extrema significância neste trabalho, pois representam as áreas de atuação dos planetas. Todas são importantes na análise, principalmente as chamadas casas de terra, que são as casas dois, seis e dez, e estão relacionadas, respectivamente, entre outras coisas, aos recursos inatos da pessoa, às rotinas diárias, inclusive e talvez, principalmente, às relacionadas ao ambiente de trabalho e à projeção profissional. Planetas nessas casas são altamente significativos, assim como os regentes dos signos cujas cúspides das mesmas atravessam, e também os aspectos que eles formam com o resto do mapa.

Como pode ser visto, todo o tema natal é considerado a partir de uma ótica específica, voltada para as questões ligadas ao aspecto profissional.

Vocação, uma palavra derivada do termo latino vocatus, cujo significado é chamamento, convocação, é algo extremamente sério, e deve ser encarado com muita responsabilidade. Na verdade todos nós devemos estar atentos a esse chamado, pois é a nossa vida que está em jogo, e nós é que vamos vivê-la, ninguém mais. Portanto, estar consciente das tendências profissionais é mais do que obrigatório, já que tal fato, sem dúvida alguma, abrirá um leque de possibilidades para o aproveitamento integral do potencial criativo de cada um de nós. Cabe, contudo, aos pais e/ou responsáveis de crianças e adolescentes requisitarem os serviços de um profissional gabaritado para já cedo (quanto mais cedo melhor) direcioná-los para os seus verdadeiros caminhos. No entanto, para aqueles que já são adultos e ainda não se encontraram profissionalmente, eu volto a dizer que nunca é tarde, pois o importante é estar feliz e atuando em algo que nos complete, para que então possamos nos sentir plenos e em verdadeira comunhão com o cosmo.